quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Uma banda sem gosto de chocolate hidrogenado

Um problema constatado é que muitas bandas novas chegam ao mundo e já nem parecem novas. É como se a Califórnia tivesse adotado nesses últimos três anos um modelo fordista de produção de bandas: a esteira começa a rodar com cinco garotos boa-pinta completamente nus. Na primeira estação, colocam-se as roupas, Na segunda estação, o corte de cabelo. Na terceira, eles passam por uma mesmiceterapia para aprender a fazer aquele tipo de música em especial. E a última parada é para a foto - já percebeu como as fotos são sempre do mesmo jeito? Tem um mais narcisista na frente, e o resto da banda fica pelos cantos fazendo cara de sério/mau. Ou cara de paisagem mesmo.

Estupefato fiquei quando ouvi, por acaso, uma nova banda californiana no Purevolume. A foto não ajudava. Já pensei que era mais uma com som de chocolate hidrogenado (daquelas que na terceira música temos a impressão de ainda estar na primeira)...

the jakes


Quebrei a cara. Logo na primeira música (Cough Syrup), já senti que não se tratava de pop-punk barato. "Opa, este som é autêntico", pensei. À medida que a playlist corria, fui ouvindo com aquela coceirinha no dedo para baixar o álbum e ouvir as outras músicas.

Como hoje eu não estou para fossa, a ausência de refrões mimizentos e a irreverência das músicas me agradaram rápido. Achei engraçado: Paid the Piper me lembrou Amy Winehouse, e de um modo geral, alguma coisa de Red Hot Chili Peppers. A última da lista, "Texas Tea", foi o tiro de misericórdia que me fez escrever sobre The Jakes aqui no Firmezinha!®.

De boa? Dê uma corridinha lá no Purevolume. ;]
http://www.purevolume.com/thejakes

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domingo, 27 de julho de 2008

Trupe Mágica em 2º Ato

O circo/teatro/sarau/banda comandado por Fernando Anitelli, nomes e funções abreviadas para O Teatro Mágico, está em cena com o novo trabalho, entitulado "2º Ato". Formado em 2003, o grupo tem ganhado espaço no boca-a-boca da internet e até mesmo no complô midiático da Rede Globo (acreditem!) sem as costas quentes de nenhuma gravadora do mainstream.



O show da trupe é uma bagunça organizada. Enquanto os palhaços, malabaristas e músicos se revezam no palco, o povão canta cada letra das canções. Raríssimos são os perdidos que entraram no auditório porque estavam passando na rua sem muito o que fazer e viram uma badalação no portão do local.

Embora tenha mantido a sonoridade característica do grupo, o novo disco apresenta uma produção, arranjos e qualidade de gravação superior ao primeiro, "Entrada para Raros". Quem esperar "músicas-refrão" pode se decepcionar, pois o novo formato das canções está menos radiofônico: a poesia ganhou mais ênfase (confira a criativa "O Inseto Interior"); e os típicos versos-chiclete do primeiro álbum, como "Ana e o Mar, Mar e Ana - histórias que nos contam na cama" e "Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você... só enquanto eu respirar" não estão tão presentes.

Quem gosta das músicas do Demo Voz & Violão irá gostar ainda mais das novas versões de Abaçaiado e Sonho de Uma Flauta. E as clássicas faixas sem noção, com não mais de 40 segundos, estão firmes e fortes como no primeiro disco. Uma coisa interessante é que "2º Ato" apresenta guitarras distorcidas, dando um peso maior em alguns trechos, o que não víamos no álbum anterior.

Aqueles que preferem músicas mais convencionais, se não iam com a cara de Teatro Mágico, provavelmente vão continuar não indo. Mas para os fãs do grupo, existe música nova para um bom tempo de curtição!


(para ouvir/baixar "2º Ato" em mp3, visite a página da trupe no Palco MP3)

Viva o anti-mesquinhismo da música independente!

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Você já deve ter visto sites de resenhas antes. Neles, sempre há um suposto "entendido" das coisas, sejam elas obras de arte, literatura, música, cinema. Presumimos que o cara tenha visto a pintura, lido o livro, ouvido o disco e assistido ao filme, para chegar dando pitaco.



A intenção é sempre a mesma: aguçar a curiosidade do leitor. Para isso, o post não deve ser uma tese de doutorado, observando cada detalhe ínfimo, o que broxa qualquer um. Basta traçar um panorama, ressaltar o que tiver mais importância, e dar um veredicto. O leitor ficará intrigado para conhecer o objeto da resenha, seja ela bem-falada ou não. É preciso apenas ser interessante ao falar.

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